#07 La Cantante de La Trinidad y sus Hijos





LA CANTANTE DE LA TRINIDAD Y SUS HIJOS É CULTURA GRIOT

Grupo Matriarcal de cultura Griot; traz em sua matriz a família da Griote Nilvanda Sena (Nil Sena) que, considera a fundação do grupo desde o nascimento de seus filhos, desde quando os mesmos acompanham à matriarca na vida e na arte. 

O nome em espanhol é uma forma de homenagear à nossa língua irmã.

O nome em sí é uma reverência à Santíssima Trindade e também à Mestra Raquel Trindade, mãe cultural e Mestra Griote da Matriarca Nil.



INCELENÇA DE NILVANDA - HETERÔNIMO DE NILVANDA SENA RODRIGUES

A Incelença tem por objetivo cantar seus mortos, rogar ou louvá-los de modo reverente com profundo respeito.

Navio Negreiro sendo uma Incelença vem louvar os povos negros escravizados e também à Rainha Nzinga que não se deixou escravizar e sobreviveu e combateu à escravidão pelos europeus mas, a autora Nilvanda, sendo um heterônimo, é um Nkisi que veio junto aos povos escravizados para o Brasil e quando  se manifesta canta Incelenças tão profundas e forte que até o mar se balança.

Nesta, Navio Nereiro Nilvanda fala sobre o imensurável valor do povo das mais diversas culturas e etnias que vieram naquele navio, Nilvanda refere-se aos mesmos como sementes, afinal, foi exatamente desta sementeira que, juntamento com os nativos deste continente o Brasil teve o seu alicerce mas, o povo branco ainda tem muito o que estudar sobre a força e valor do povo negro, sobre todo o grande legado trazido nos navios negreiros e reconhecer o povo negro como a grande luz de transformação nas Terras de Santa Cruz.



O Rap sendo cultura marginal, cultura de resistência é trazido pela compositora como um manifesto sobre seu próprio histórico ancestral; sendo ela Mulher Griot, negra, mãe e artista, ela sabe  perfeitamente o valor e o peso de carregar consigo estas marcas em um país racista onde até o amor precisa ser dosado cautelosamente para não ser desperdiçado pela incompreensão daqueles que do amor nada sabe.

A nossa riqueza ancestral é esquecida e muitas vezes ignorada por nossos próprios irmãos pretos e a nossa cultura muitas vezes é lapidada por fazedores artísticos que também não valorizam nosso próprio Dom como algo que não quer enquadrar-se em um padrão vendável e nem tão decifrável assim aos escravagistas que tentaram de todas as formas extinguir nossas raízes, separando nossas Nações, batizando-nos com nomes que não nos diz respeito.